sábado, 9 de julho de 2011

mundo particular

Aquele homem
Abstratamente poético e revoltante
Promulgava leis com um petulante frescor
Viajava no escuro
Sabia ser medíocre sem ser percebido
Ser feliz sem perceber
Trazia para a atmosfera social,uma atraente irrealidade
Daquelas noites indormidas,ele apenas sussurrava
Palavras indeterminadas
E continuava,com seus paradoxos e anonimatos
Distante da sociedade
Apenas com seu mundo particular
Chegando do mercado
Com morangos e uma cara espantada
Deixou cair sobre seu dorso,
o longo e velho casaco
Aquecendo-o,enquanto pensava em decisões e revisões
A tarde e o crepúsculo docemente o adormeceram
Trocando uma vida de entulhos
Por sonhos que julgo desnecessários contar
Entre a umidez e a neblina
Quatro feixes de luz
Chegam a roçar-lhe o rosto
Acordando-o de seu pequeno mundo evasivo
Para a simples tarde de Dezembro

Um comentário: